segunda-feira, 7 de abril de 2008

Solidão!


Como diz um companheiro meu... já de longas datas, o Aurélio - solidão: estado do que se encontra só.
Eu me encontro só, comigo mesma, sozinha. Odeio melancolia, há tempos fujo dela, mas nos últimos dias perdi o páreo. Talvez tenha sido a pausa para ler as Cartas da Fernanda Young, ou quem sabe o friozinho que fez, ou foi o vinho que não saboreei.
Só sei dizer que perdi; perdi feio. Assumo!
Doeu a falta do abraço, do aconchego dos braços, do olhar que toca a alma, dos beijos que aquecem o coração...
Doeu a falta de companhia, de dia e de noite, no almoço, no cinema, no jantar, no lado direito da cama vazia.
Quanta melancolia. Odeio melancolia, já disse. Mas perdi. E feio. Assumo!
Quem se encontra só, deve ter pelo menos o direito de sentir melancolia, acredito eu...por isso não me culpo; não gosto - mas gozo de indulto.
Não ter para quem ligar quando o pneu fura, quando um cliente lhe procura, quando ouve uma música que lhe faz lembrar...não ter com quem planejar loucuras, viagens, lugar pra morar.
Não ter “o” alguém para ser o favorito e falar de graça na promoção da VIVO, pra mandar mensagem na madrugada sem pagar R$ 1 real.
Não poder participar das promoções de quarta-feira no cinema e muito menos das reuniões de casais sem se sentir desigual.
Quanta melancolia. Odeio melancolia, já disse. Mas perdi. E feio. Assumo!
Me doeu, está doendo, tem doido. No passado e no presente. O futuro? Imprevisível.
De tudo, nessa história de solidão, o que dói mais é ser sempre um só.
Ser dispensada de pagar a conta entre os casais, porque, afinal, ela é uma só.
Obrigar os amigos a encontrar mais alguém pra dividir a mesa no show, porque, afinal, ela é só.
Abrir um convite para aquela festa e ter sempre, um só.
Ser índice das pesquisas sobre o mal-do-século machuca demais o coração.
Eu quero mais e dar adeus à melancolia e saudar a alegria de ter alguém pra dar as mãos.

Rafaela Campanati.

2 comentários:

AnaKamil disse...

Lindo seu texo! Parabéns! Mesmo escrevendo pouco, sempre é algo profundo e tocante. Adoro ler seu blogue (olha a ragação de seda!!!).

Silvio Furtado disse...

Oi Rafaela! Gostei muito de seu blog. O meu está muito impessoal, ou totalmente... Ainda não defini uma linha para ele. Inicialmente postava só meus artigos, depois comecei a postar notícias da cidade. Na verdade precisaria dedicar tempo diariamente para fazer um blog assim. Ando com preguiça de pensar... Hehehehe.